
Quando o Coração Transborda
16/10/2025 - 19:00 - 20:30

Quando: 16, 22 e 23/10 – 19h
O público de Salvador poderá assistir ao monólogo Quando o Coração Transborda, espetáculo que mistura teatro, música ao vivo e poesia em um encontro íntimo e emocionante, no histórico Teatro Gamboa – espaço que há mais de 50 anos acolhe artistas independentes da cidade.
O espetáculo nasceu de um mergulho afetivo e artístico na história do Esquadrão da Vida, grupo de teatro de rua fundado em Brasília, em 1979, por Ary Pára-Raios – artista pioneiro que uniu acrobacia, música e dança à crítica social e foi um dos primeiros a levantar bandeiras como a consciência ecológica e a valorização da cultura popular. Sua marca mais singular é a chamada “antropofagia jeca”: o compromisso radical com o imaginário popular brasileiro, celebrado em vanguarda pela pesquisa e criação da trupe.
Antes de fundar o Esquadrão, Ary viveu em Salvador, no Largo dos Aflitos, vizinho ao Teatro Gamboa. Agora, mais de quatro décadas depois, sua trajetória retorna simbolicamente a esse mesmo palco. Desde 2003, a direção do grupo está com sua filha, Maíra Oliveira – atriz e diretora que concluiu mestrado em Artes Cênicas na UFBA, com dissertação sobre o Esquadrão e a criação do espetáculo, sob orientação de Denise Coutinho e Hebe Alves, referência da cena teatral soteropolitana.
Em Quando o coração transborda, Maíra revisita memórias, cartas, músicas, poemas e imagens, costurando reflexões sobre o fazer teatral e a herança recebida. É uma celebração da arte, do encontro com o público e da coragem de reinventar-se sem perder as raízes.
A codireção é de João Antonio de Lima Esteves, ator e diretor fundamental no cenário cultural de Brasília, professor emérito e um dos criadores do Departamento de Artes Cênicas da UnB. A direção musical é de Roberto Corrêa, uma das maiores referências da viola caipira no Brasil e pesquisador essencial da música popular brasileira.
Íntima e calorosa, a montagem foi pensada para pequenos teatros, onde a proximidade intensifica a experiência. No Gamboa, isso acontece de forma plena. Em cena, Maíra canta, toca viola caipira e violão, e compartilha histórias que transformam lembranças pessoais em poesia coletiva.